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Amanhã

Amanhã será um lindo dia
Da mais louca alegria
Que se possa imaginar
Amanhã
Redobrada a força
Pra cima, que não cessa
Há de vingar

Amanhã mais nenhum mistério
Acima do ilusório
O astro rei vai brilhar
Amanhã
A luminosidade
Alheia à qualquer vontade
Há de imperar
Há de imperar

Amanhã está toda a esperança
Por menor que pareça
Existe e é pra vicejar
Amanhã
Apesar de hoje
Será a estrada que surge
Pra se trilhar

Amanhã mesmo que uns não queiram
Será de outros que esperam
Ver o dia raiar

Amanhã ódios aplacados
Temores abrandados
Será pleno
Será pleno
Guilherme Arantes

Por uma folha

Eu vou seguindo em frente em meio à multidão
E já não paro em qualquer lugar
Já não me arrisco pela contramão
E se houver sombra quero repousar

Se a madrugada faz alguém feliz
Já não se escreve nem sustentará
Minha questão é minha voz quem diz
Meu tom é sério se você olhar

Hoje eu lembrei da minha vida inteira e chorei
Por uma folha entre mil florestas que eu guardei
Alguma coisa entre o Céu e a Terra me dirá
Porque não há nenhum caminho isento de chorar

Ainda sim as flores vão nascer
Cavalo e vento hão de combinar
Andar nos campos sendo primavera, cavalgar
Ainda sim poderá ser de sol a natureza da minha canção
Pois só o tempo sabe o que resiste um coração
Flávia Wenceslau
Foto de Wallace Chuck no Pexels

Quem souber

Quando tudo que você tiver
For um coração cansado e só
Quando a voz do vento lhe disser
Toda estrada tem poeira e pó
Quando tudo que você puder for chorar
Sem saber como se despedir
De passados tão bonitos que precisam ficar
Pois o tempo nos exige seguir

Quando o fio lhe couber nas mãos
E calar for o que convier
Quando não mais importa ter razão
E a verdade é só de quem souber…

Persista na semente que ainda não floriu
Não deixe de amar só porque ninguém viu
Revenrencie a tudo que te machucou
Verás que a luz do dia sempre te abraçou

Quando tudo que você tiver
For um coração cansado e só
Quando a voz do vento lhe disser
Toda estrada tem poeira e pó
Quando tudo que você puder for chorar
Sem saber como se despedir
De passados tão bonitos que precisam ficar
Pois o tempo nos exige seguir

Quando o fio lhe couber nas mãos
E calar for o que convier
Quando não mais importa ter razão
E a verdade é só de quem souber…

Persista na semente que ainda não floriu
Não deixe de amar só porque ninguém viu
Revenrencie a tudo que te machucou
Verás que a luz do dia sempre te esperou…

Lará lará lará lará lará
Lará lará lará lará lá
Lará lará lará lará lará
Lará lará lará lará lá

Flávia Wenceslau

Imagem de Selling of my photos with StockAgencies is not permitted por Pixabay

O dia em que a Terra parou

Essa noite eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
com o dia em que a Terra parou

Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo o planeta
Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém ninguém

O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão, também não tava lá
e o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar

No dia em que a Terra parou (Êêê)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou

E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar

No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Uuu)
No dia em que a Terra parou

O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar

No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Foi tudo)
No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou

Essa noite eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, acordei

No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Eu acordei)
No dia em que a Terra parou (Acordei)
No dia em que a Terra parou (Justamente)
No dia em que a Terra parou (Eu não sonhei acordado)
No dia em que a Terra parou (Êêêêêêêêê…)
No dia em que a Terra parou (No dia em que a terra
parou)

Raul Seixas e Claudio Roberto

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay 

Girassol

Eu sei que cada um só tem a vista da montanha que escalar
Por isso todo dia eu me preocupo em fazer a coisa certa
E mesmo assim, infelizmente, às vezes não parece adiantar Porque o mundo 'tá tão louco e as pessoas andam tão estranhas
Me diz se ainda passa um medo de não ser o melhor de mim
E se a gente se cobra menos em algum momento disso aqui Me diz
Quando já não sei qual é a direção
E tudo que faço é seguir meu coração Então me viro E giro para onde gira o sol Quando já não sei qual é a direção E tudo que faço é seguir meu coração É por instinto que eu encontro a luz,
Sou girassol Eu quero aquela vida que a gente inventa antes de dormir Mas pra dar certo sei que tenho que acordar tomando atitude O tempo não me espera só porque quero jogar tudo pro ar E quase sempre é em desistência que o fracasso se resume Me diz se ainda passa um medo de não ser o melhor de mim E se a gente se cobra menos em algum momento disso aqui Me diz Quando já não sei qual é a direção E tudo que posso é seguir meu coração Então me viro E giro para onde gira o sol Quando já não sei qual é a direção E tudo que faço é seguir meu coração É por instinto Que eu encontro a luz, sou girassolÉ por instinto Que eu encontro a luz Sou girassol




Eu vou

Não vou mais aturar
Baixo astral na minha vida
Não vou mais carregar
O peso e a dor que não são minhas

Vou correr na direção daquelas tantas
Coisas lindas que eu anseio
Quero andar ao lado de quem
Assim como eu enxerga o copo meio cheio

Eu vou, eu vou, eu vou, eu vou, eu vou
Eu vim pro mundo pra viver
Eu vou, eu vou, eu vou, eu vou, eu vou
Eu vim pro mundo pra viver

Vou experimentar
Viver mais livre, leve e solto
Eu vou comemorar
A vida, a morte, o tempo e o sonho

Vou em paz, tudo termina e recomeça
O tempo é firme e segue em frente
Quero mais, pois só sonhando a gente inventa
E sai com algo diferente

Eu vou, eu vou, eu vou, eu vou, eu vou
Eu vim pro mundo pra viver
Eu vou, eu vou, eu vou, eu vou, eu vou
Eu vim pro mundo pra viver

Eu vou, eu vou, eu vou
Eu vou, eu vou, eu vou, eu vou, eu vou
Eu vim pro mundo pra viver

Tim Bernardes (banda O terno)

Imagem de Pexels por Pixabay

Mais bonito não há

Nada mais belo que olhar de criança no sol da manhã
Chuva de carinho é o que posso pedir nessa imagem tão sã
Lindo no horizonte o amanhã que eu nunca esqueci
Doce lembrança do sonho que eu vejo daqui

Ser amor pra quem anseia
Solidão de casa cheia
Dar a voz que incendeia
Ter um bom motivo para acreditar

Mais bonito não há
Pode acreditar
Mais bonito não há

Nada mais belo que abraço sereno e sabor de perdão
Ver a beleza e em gesto pequeno ter a imensidão
Como espalhar por aí qualquer coisa que faça sorrir
Aquietar o silêncio das dores daqui

Ser amor pra quem anseia
Solidão de casa cheia
Dar a voz que incendeia
Ter um bom motivo para acreditar

Mais bonito não há
Pode acreditar
Mais bonito não há
Pode acreditar

Milton Nascimento e Tiago Iorc

Profundo/ superficial

Madrugada outra vez, fim de um dia
Tenho medo de dormir
Eu me evito
Eu adio outro final, é difícil
É tão claro de ver, é gritante
Imagine no meu leito de morte
Quero ver desapegar, é um parto

Tudo agora, tudo ao mesmo tempo
Todas e nenhuma direção
Medo do que eu possa estar perdendo
Quem decide vai ter que abrir mão
Triste geração que pode tudo
Quando tudo ficou tão banal?
Se afogou no raso, procurando
Profundo no superficial

No meu sonho eu dormi, estou pleno
Tenho medo de acordar, eu esqueço
O começo e o final são o mesmo
O vazio que eu cantei é gigante
Desespero é ver ninguém do seu lado
E tentar criar alguém inventado

Tudo agora, tudo ao mesmo tempo
Todas e nenhuma direção
Medo do que eu possa estar perdendo
Quem decide vai ter que abrir mão
Triste geração que pode tudo
Quando tudo ficou tão banal?
Se afogou no raso, procurando
Profundo no superficial

Triste geração que pode tudo
Quando tudo ficou tão banal?
Se afogou no raso, procurando
Profundo no superficial

Tim Bernardes (banda O Terno)

Bilhetes

Um tiro à queima roupa
Outra cicatriz
Senti a dor na pele
Por tudo que eu não fiz
O aperto aqui no peito
Me roubou o amanhecer
Eu dei o meu melhor

Tem dias que parece
Que não vou conseguir
O medo me persegue
Me impede de sentir
Eu só quero amar direito
E ser tudo que eu puder
Seja o que for
Venha o que vier

E se caso for
Eu posso esperar
A chuva passar
Pra tudo recomeçar

Nenhuma dor é pouca
Nos erros aprendi
Na vida sempre louca
Amar é decidir
E cada nova escolha
É o que precisa ser
Nem sempre o melhor

Às vezes não tem outro jeito
O jeito é seguir
Lembrar que o que me fere
Também me faz sorrir
Escrevo em um bilhete
Ame tudo que puder
Seja o que for
Venha o que vier

E se caso for
Eu posso esperar
A chuva passar
Pra recomeçar
E se caso for
De ter que esperar
A chuva se vai
Pra tudo recomeçar

Tudo vai recomeçar

Tiago Iorc/ Duca Leindecker